segunda-feira, 30 de outubro de 2017

o findar

Vai, me deixa ir outra vez
Me deixa ir me afastando
Cada vez mais eu vou
 
Vai, me deixa ir outra vez
Me deixa me aprofundar nesse mar
Ele é familiar eu o reconheço

Vai, me deixa ir outra vez
Me deixa voltar o que era
Frieza anterior que gera

Vai, me deixa ir outra vez
Me deixa ir, mas não demais
Eu posso esquecer como voltar atrás



ROCHA, Wendy

viver



Dançando eu me conecto com a Deusa
Eu danço com a lua
Que há em mim, que há em todas as mulheres
Eu danço com o vento
Dançando eu consagro meu ventre
Faço das minhas curvas melodia com o vento
Eu danço com meu corpo
Dançando eu santifico a minha lua
Purifico-me
Eu danço com a morte
Dançando eu festejo a tristeza
Não há mau que prevaleça
Eu danço com a vida
Dançando eu renasço das cinzas
Saldo as minhas forças, a força dos meus guias
Eu danço com o mar
Dançando eu deixo ir tudo que não convém
Fluindo com as aguas
Eu danço com a Chama da Vida
Dançando eu transmuto
Dançando eu abro meus caminhos
Dançando eu reencontro o Divino que há em mim

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

já foi

e se
talvez você 
mas
não, pode ser 
você me disse
não quero acreditar
você está na minha cabeça 
não
sai 
eu 
não quero 
e se 
talvez possamos 
juntos?
não, doí demais 
coração
paixão
ilusão 
tudo caiu por terra
morreu
despedaçou 
ainda há recomeço
não
e se 
não tem 
talvez 
já foi 
nunca mais 
o teu respirar
os teus olhos
a tua boa
teu toque 
teu sorriso 
você
adeus

quebrou

A madurada não tem barreira
Os sentimentos vem como um furacão
Leva tudo consigo Por onde passa deixas os destroços
E em meu peito arrebentado
Ferimento exposto
Você consegue escutar ?
O grito de socorro
Você consegue me ver ?
Os meus olhos pedindo abrigo
Você consegue sentir ?
Meu corpo tremendo de frio
Escuridão
Aliada dos meus passos
Palavras floridas
Em pedaços
O quartzo rosa quebrou 
Já não me tenho 
Não sou a mesma

terça-feira, 17 de outubro de 2017

memorias

cheiro, pele 
gosto, desejo
sorriso, olhar
mãos a tocar 
cabelos, ombros
altura, tronco
peito, paixão
em teus braços quero está
traços, nuca
nariz, sobrancelhas
lábios, língua
te decorei
te gravei em mim 
fotos, guardadas no baú do meu intimo 
minhas memórias 
serás sempre parte de mim 
serás sempre meu doce prazer
serás sempre aquela velha alma

esfinge

um pontinho
um pouquinho 
um carinho
você se mostrou 
eu permitir 
você sorriu
eu senti
você demonstrou 
eu interpretei 
com o coração que tenho
errôneo foi o sentimento 
teus lábios ainda em movimento 
lembro 
teu toque ardente 
teu cheiro ficou na boca
teu gosto de vinho 
quanto mais eu bebo
mais me perco 
no labirinto das tuas palavras 
no enigma que você é 
só um pontinho
só um pouquinho 
só um carinho
rasga a ceda 
desnuda a verdade 
retira o teu silencio
remove o doce da boca da criança 
o choro, um consolo 
não, isto não me pertence 
nós pertence
eu me vi em você
eu me vi sendo sua 
eu me... deixa para lá
eu apenas guardo 
um fragmento teu 
o abstrato sentimento 
o impalpável afeto 
o enigma não resolvido
a esfinge ganhou mais uma presa 

cada um



sobre becos e labirintos 
esses eu conheço 
me perco sempre 
já sei para onde este caminho irá me levar 
entre amores e paixões 
um gole amargo 
de pura ilusão 
sobre canções fúnebres que meus sentidos tocam
meus sentimentos em desarmonia 
no peito, ainda há um coração 
entre ansiedade e angustia
apenas uma lágrima
quente para findar o sofrimento 
o frio, o desalento 
sobre eu e você
há tantas barreiras 
que poderíamos vencer  
os pés já cansados 
o coração em farpas 
parou de bater 
entre você e eu 
não existe um nós
o véu enigmático da ilusão foi retirado 
cada um por si 
cada um para o lado oposto

bendito o mal(dito)

mal dia 
o dia que te vi 
mal dia 
o dia que te conheci 
mal dia 
o dia que permitir te escutar 
bendito seja 
as memórias esquecidas 
bendito seja
a distancia entre nós 
bendito seja 
a maldita hora 
que resolvi amar você

mal(dita)

um fragmento
é o que tenho 
teus lábios em movimento 
dizendo algo que ouvia 
mas que meu coração não aceitava escutar 
tuas mãos dançando no ar 
teus olhos penetrados nos meus 
é serio isso? 
não é pelo que nós leva a ilusão 
é o que grita mais alto 
no coração, na alma 
você acredita mesmo nas palavras que diz?
você acredita mesmo em um final sem nós?
você... 
não, para de falar 
eu preciso acreditar 
que tudo era
uma mal(dita) ilusão
um fragmento 
é o que tenho
você indo embora


um dia



quando a dor cessar 
me procura para a gente conversar 
ainda me preocupo com o seu bem estar 
quando a saudade apertar 
me segura em teus pensamentos 
posso te sentir, mesmo estando distante 
quando sentir vontade de falar comigo 
me diz o que está passando em silencio 
a língua do amor é o silencio 
mas....
caso você não me encontrar 
não se desespere 
fui aprender a lidar com o novelo de sentimentos 
com os pedaços de amor, 
com o pouco que restou 
se caso você ver as minhas costas 
não se desespere 
os machucados que verá cicatrizará com o tempo 
se caso você me chamar
não se desespere
estou longe demais para te escutar